02 de Novembro dia das Santas almas, ou Dia de Finados como é mais popularmente conhecido, neste dia somos chamados a refletir sobre a efemeridade da vida e a lembrar daqueles que já partiram deste mundo. É uma ocasião marcada por uma mistura de sentimentos, que vai desde a saudade profunda até a esperança na vida eterna.
Objetivo principal
Ao registrarmos as almas dos entes queridos que já nos deixaram, não apenas revisitamos memórias e momentos compartilhados, mas também nos conectamos espiritualmente com a ideia de que a morte não é o fim, mas sim o início de uma vida eterna, e sabendo disso devemos nos esforçar para podemos merecer a salvação e estarmos eternamente contemplando a face de nosso Deus Uno e Trino.
Saudade sim, tristeza nunca
O Dia dos Finados não se reveste de tristeza ou lamentos, ao contrário da perspectiva daqueles desprovidos de fé. É uma ocasião de recordações saudosas, consoladas pela verdade de que nosso vínculo com as almas dos finados transcende a barreira da morte, mantendo-se vibrante e ativo por meio da oração de sufrágio. A doutrina relacionada aos falecidos lança uma luz admirável sobre a harmonia entre a justiça e a bondade do Pai Celestial, de maneira a tocar até mesmo os corações mais resistentes com pensamentos carregados de piedade religiosa em prol de nossos irmãos que partiram.
Purgatório
A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em Sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)
Indulgências
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).
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